sexta-feira, dezembro 21, 2007

Ad Aeternus

quinta-feira, dezembro 20, 2007

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Scolari em o Burro sou eu!

A Teologia e as ciências


Em God and the Astronomers, o astrofísico Robert Jastrow escreveu este parágrafo final:


«Neste momento, é como se a ciência nunca viesse a ser capaz de desvendar o mistério da criação. Para o cientista que viveu da sua fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo. Escalou as montanhas da ignorância, está prestes a atingir o cume mais alto e, quando trepa para a atingir o último pedregulho, é acolhido por um bando de teólogos que já lá estão sentados há séculos».

sexta-feira, novembro 23, 2007

Lenda do Castelo de Bragança ou da Torre da Princesa



Quando a cidade de Bragança era ainda a aldeia da Benquerença, existia uma princesa bela e órfã que vivia com o seu tio, o senhor do Castelo. A princesa tinha-se apaixonado por um jovem nobre e valoroso, mas pobre, que também a amava, e que tinha partido para procurar fortuna, prometendo só voltar quando se achasse digno de a pedir em casamento. Durante muitos anos a princesa recusou todas as propostas de casamento até que o tio resolveu forçá-la a casar-se com um nobre cavaleiro seu amigo. Quando a jovem foi apresentada ao cavaleiro decidiu contar-lhe que o seu coração era do homem por quem esperava há 10 anos, o que encheu de cólera o tio que resolveu vingar-se. Nessa noite, o senhor do Castelo disfarçou-se de fantasma e entrando por uma das duas portas dos aposentos da princesa, disse-lhe que esta seria condenada para sempre se não acedesse a casar com o cavaleiro. Quando estava a ponto de a obrigar a jurar por Cristo, a outra porta abriu-se e, apesar de ser de noite, entrou um raio de sol que desmascarou o falso fantasma. A partir de então a princesa nunca mais foi obrigada a quebrar a sua promessa e passou a viver recolhida numa torre que ficou para sempre lembrada como a Torre da Princesa. As duas portas ficaram a ser conhecidas pela Porta da Traição e a Porta do Sol.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Ku-Fu casting pathetic

Kung Fu Casting session - Hilarious!

Rua Sesamo - Egas e Becas à pesca

Lenda dos Idosos




No tempo do bisavô do meu tetravô havia uma tradição que dizia que, quando um senhor ficava velho de mais para trabalhar, os filhos levavam-no às costas pela serra acima até um casebre e deixavam-no lá abandonado para falecer longe de casa e da família, em paz, julgavam eles. Nessa altura, havia lobos na serra e alguns dos idosos eram devorados pelos animais.

Certo dia, um homem levava o seu velho pai às costas, subindo a serra, para o largar. Quando chegou ao alto, deitou o pai e, com pena, tapou-o com uma manta que levava, despedindo-se e afastando-se, a pé. De repente, o pai chamou-o. O filho voltou para junto dele. Então, rasgando a manta ao meio, o triste e resignado velhinho disse-lhe:

- Toma, filho, só preciso de metade.

- Mas... pai, assim vai ter frio! Fique com a manta inteira.

- Não, filho, leva esta metade; chega-me meia. Guarda a outra parte para quando os teus filhos te vierem cá abandonar.

O filho pegou na metade da capa e desceu a serra, angustiado. Sentou-se e pensou : " O meu pai tem razão: quando eu tiver a idade dele, os meus filhos também me abandonarão na serra e, acima de tudo, ele é meu pai." Arrependido, voltou a subir a serra, pôs o pai às costas e levou-o de novo para casa.

A partir desse dia, nunca mais nenhum filho abandonou o seu pai na serra e foi proibida aquela absurda tradição por todas as terras do mundo.

sexta-feira, novembro 16, 2007

O primeiro anúncio

Urge a re-evangelização. É cada vez mais evidente o desinteresse pelo Catolicismo. Daí que, as nossas acções pastorais, se devem virar unicamente para a família, a igreja-doméstica. É ela o seio da primeira evangelização; é ela o seio do primeiro anúncio; ela é núcleo desta re-evangelização. Se queremos revitalizar as nossas comunidades eclesias (e cristãs) teremos que nos cingir aos seguintes objectivos.
Os objectivos do 1º anúncio são:

1- Criar possibilidades reais de encontro com Jesus Cristo e lugares para essa experiência

2- Dar a conhecer as propostas e as exigências do Evangelho

3- Convidar a realizar seriamente uma conversão e adesão a Jesus Cristo e ao Evangelho

4- Acompanhar as pessoas interessadas neste processo

quinta-feira, novembro 15, 2007

Sacerdócio, o dom de Deus à Igreja para a Igreja



Dentro deste ambiente da Semana de oração pelos Seminários torna-se oportuno explicar brevemente o ser da vocação sacerdotal.


Todo o homem está vocacionado. É por meio de um acto de amor que Deus vem ao encontro do homem, chamando-o e congregando-o numa comunidade. Tenhamos bem presente que é Ele que nos escolhe e nos chama. Toda a vocação vem de Deus, é puro dom divino. A vocação sacerdotal é um dom; um dom tão grande que nos impele para o testemunho (evangelização) e para o serviço. O sacerdócio é puro dom de Deus à Igreja e à humanidade. É sempre uma intervenção livre e gratuita de Deus que nos chama: «Não fostes vós que me escolhes-tes; fui Eu que vos escolhi» (Jo 15, 16)
A vocação de cada sacerdote subsiste na Igreja e para a Igreja. Daqui conclui-se que cada presbítero recebe a vocação do Senhor, através da Igreja, como dom gratuito. Daqui resulta um duplo dinamismo indissociável da vocação: o dom gratuito de Deus e a liberdade responsável do homem tornam-se emergentes deste inefável diálogo de amor entre Deus e o homem. A vocação é um dom da graça divina e jamais pode ser um direito do homem, da mesma forma que não se pode considerar a vida sacerdotal como uma promoção simplesmente humana, nem a missão do ministro como simples projecto pessoal.
A liberdade, com efeito, é essencial à vocação, uma liberdade que na resposta positiva se qualifica como adesão pessoal profunda, como doação de amor, ou melhor, de re-entrega ao Doador que é Deus que chama, isto é, como oblação total do eu. «O chamamento – como dizia o Papa Paulo VI – avalia-se pela resposta. Não pode haver vocações que não sejam livres; se elas não forem realmente oferta espontânea de si mesmo, generosas, conscientes, totais», não serão verdadeiras vocações sacerdotais. A oblação livre constitui o núcleo mais íntimo e mais precioso da resposta do homem a este Deus-Amor que chama com amor, ao amor e para o amor.

sexta-feira, novembro 09, 2007

quinta-feira, novembro 08, 2007

O leão e o rato


Um Leão, que dormia sossegado foi despertado por um Rato, que passou correndo sobre seu rosto. Com um bote ágil ele o capturou, e estava pronto para matá-lo, quando o Rato suplicou:

Ora, se o senhor me poupasse, tenho certeza que poderia um dia retribuir sua bondade. Rindo por achar rídícula a idéia, ele resolveu libertá-lo.

Aconteceu que, pouco depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Preso ao chão, amarrado por fortes cordas, sequer podia mexer-se.

O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou, roeu as cordas e libertou-o dizendo:

O senhor riu da idéia de que eu jamais seria capaz de ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer favor em troca do seu; Mas agora sabe, que mesmo um pequeno Rato é capaz de retribuir um favor a um poderoso Leão.
Autor: Esopo

Moral da História:
Os pequenos amigos podem se revelar os melhores aliados.

O boi e a rã



Um Boi indo beber água num charco pisou numa ninhada de rãs e esmagou uma delas.

A mãe das Rãs veio, e, dando pela falta de um dos seus filhos, perguntou aos seus irmãos o que havia acontecido com ele.

- Ele foi morto mãe; ainda a pouco uma grande besta com quatro enormes pés veio à lagoa e pisou em cima dele com sua pata que era rachada no meio.

A mãe, inflou-se toda e perguntou:
- A besta era maior do que estou agora?

- Pare mãe, pare de se irritar - Disse o seu filho - e não fique aborrecida por tentar, eu lhe asseguro, você explodiria antes que conseguisse imitar o tamanho daquele Monstro.

Autor: Esopo
Moral da História:
Muitas vezes, coisas insignificantes, nos desviam a atenção do verdadeiro problema.

segunda-feira, outubro 29, 2007

A dor do passado


«Preso no passado parece que não consigo continuar,
tenho escondido todas as esperanças,
e sonhos longe,
no caso de precisar deles de novo outra vez,
tenho reservado algum tempo,
para limpar um pouco de espaço,
nos cantos da minha mente.»



IN, Music and Lyrics

domingo, outubro 21, 2007

sexta-feira, outubro 19, 2007

Castigo dos sacerdotes infiéis em Malaquias

«Pois bem, ó sacerdotes, é para vós esta ordem: Se não me ouvirdes, se não tomardes a peito dar glória ao meu nome - diz o SENHOR do universo - lançarei contra vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos. E essa maldição já está cumprida, porque vós não tomais isto a peito. Eis que vou despedaçar o vosso braço e lançar-vos esterco ao rosto - o esterco das vossas solenidades - e sereis atirados fora juntamente com ele. E então sabereis que fui Eu que vos dei esta ordem, para que não se mantenha mais a minha aliança com Levi - diz o SENHOR do universo.

«Por isso, Eu tornei-vos desprezíveis e abjectos aos olhos de todo o povo, porque não guardastes os meus mandamentos e fizestes acepção de pessoas perante a lei».

Mal 2, 1-4.9

Culpa dos Sacerdotes em Malaquias

«Um filho honra o pai; um servo teme o seu senhor. E se Eu sou pai, onde está a honra que me é devida? Se Eu sou Senhor, onde está o respeito por mim? Isto diz o SENHOR do universo a vós, sacerdotes, que desprezais o meu nome. Mas vós perguntais: 'Em que é que desprezámos o teu nome?' É que vós ofereceis sobre o meu altar alimentos impuros e ainda perguntais: 'Em que é que o profanámos?' Pensais que a mesa do SENHOR é coisa desprezível! Quando trazeis animais cegos para o sacrifício, não será isto mau? E quando trazeis animais coxos ou doentes, não será isto mau? Leva-os ao teu governador. Será que isso lhe será agradável? Será que ele te irá receber bem? - diz o SENHOR do universo».

Mal 1, 6-8

quinta-feira, outubro 18, 2007

Jorge Palma - Finalmente a sós

Jorge Palma - O centro comercial fechou

Mafalda Veiga & Jorge Palma - Tatuagens

Serpenteando ao Luar


De partida...


E nunca me disseram o nome daquele oceano...


Hoje estava capaz de me ir embora...

Os flagelos nem sempre são sinais de ofensa


Encontramos um mundo em constante mutação. Quando uma epidemia surge, a reacção mais natural será, sem dúvida, a contestação, não deixando, porém, de ser na sua essência um elemento positivo.
Por um lado, esta posituvidade é originante no campo social de um aumento gradual de uma verdadeira fraternidade, bem como num melhoramento efectivo das relações inter-pessoais. Esta dimensão possibilitará o(s) sujeito(s) a uma evolução progressiva de um estado de “ego” para um estado de “a-ego”, deixando, com efeito, de estar e de ser um ser ôntico fechado em si mesmo para voltar a centrar a sua atenção para um outro que eternamente chama por ele.
Por outro lado, as epidemias, que poderão resultar em pestes, consciencializam o Homem para a sua efectiva debilidade e imperfeição, obrigando-o a rever as suas condutas de modo a, de algum modo, superar as suas reais imperfeições.

segunda-feira, setembro 24, 2007

terça-feira, setembro 18, 2007

A "Vitória"


sábado, setembro 08, 2007

Sentimentos obscuros


A vida fora outrora mais bela, mais harmoniosa, mais esplendida. As sombras têm coberto a luz que resplandecia como o sol. Mas amizade Contigo essa é inabalável. Tu és a força que sempre me guiou. Sem Ti, ó Deus, que sou eu? Acolhe-me no teu leito como só tu sabes fazer!

terça-feira, agosto 07, 2007

segunda-feira, julho 09, 2007

Valsa dum homem carente


Se alguma vez te parecer

ouvir coisas sem sentido

não ligues, sou eu a dizer
que quero ficar contigo
e apenas obedeço
com as artes que conheço
ao princípio activo
que rege desde o começo
e mantém o mundo vivo


Se alguma vez me vires fazer
figuras teatrais
dignas dum palhaço pobre
sou eu a dançar a mais nobre
das danças nupciais
vê minhas plumas cardeai
sem todo o seu esplendor
sou eu, sou eu, nem mais
a suplicar o teu amor

É a dança mais pungente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente
Jorge Palma, NORTE

segunda-feira, junho 18, 2007

Apanhados na TV 2

Apanhados na TV

domingo, junho 17, 2007

Estrela do Mar

«Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia, sozinho, ao relento
E ali longe do tempo, acabei por dormir

Acordei com o toque suave de um beijo
E uma cara sardenta encheu-me o olhar A
inda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar

"Sou a estrela do mar só a ele obedeço
Só ele me conhece, só ele sabe quem sou
No princípio e no fim Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força Ser dono de mim..."

Não sei se era maior o desejo ou o espanto
Só sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível fez-me acreditar

Em silêncio trocámos segredos e abraços
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são pouco ou nada para estrela do mar

"Estrela do mar Só a ele obedeço
Só ele me conhece, só ele sabe quem sou
No princípio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim..."»


«Estrela do Mar», JORGE PALMA, 1984

Cara de Anjo Mau

«Os teus olhos sao cor de polvora e o teu cabelo e o rastilho,
O teu modo de andar e uma forma eficaz de atrair sarilho,
A tua silhueta e um misterio da criacao,

E sobretudo tens cara de anjo mau!
Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder,

Basta um olhar teu e o chao comeca a ceder,

Cara de anjo mau, contigo e facil cair,

Quem te ensinou a ser sempre a ultima a rir?
Que posso eu fazer ao ver-te acenar a ferida universal?

Que posso eu desejar ao avistar tao delicioso mal?

Que posso eu parecer quando me sinto fora de mim?

Que posso eu tentar senao ir ate ao fim?
Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder,
Basta um olhar teu e o chao comeca a ceder,
Cara de anjo mau, contigo e facil cair,
Quem te ensinou a ser sempre a ultima a rir?
Por ti mandava arranjar os dentes e comprava um colchao,
Por ti mandava embora o gato por quem tenho tanta afeicao,
Por ti deixava de meter o dedo no meu nariz,
Por ti eu abandonava o meu Pais!
Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder,
Basta um olhar teu e o chao comeca a ceder,
Cara de anjo mau, contigo e facil cair,
Quem te ensinou a ser sempre a ultima a rir?»



Jorge Palma (1985)

sábado, junho 16, 2007

"Aconteceu na Argentina"

Dentro de um ambiente de insegurança, desconfiança, suspeita e conjectura, o povo argentino reclama perante as autoridades os seus ente queridos desaparecidos. O filme retrata na perfeição a dor, o sofrimento, de inúmeras mães que perdem os seus filhos, de pais que desoladamente vem «desaparecer» os filhos. Enfim…
A ditadura militar a todo o custo quer que os seus esqueçam o passado. Mas até que ponto pode o homem esquecer aquilo que ele é? Não é porventura o passado a raiz da identidade pessoal e colectiva? Esquecer o Passado não é condenar o homem ao erro, à desorientação, a um nihilismo aterrador e vazio?



Fica o pensamento: o que é para o leitor o Passado? Que significado tem ele para si? Em que medida ele pode ser para si sinal do amor redentor de Deus?

quarta-feira, junho 13, 2007

Coldplay "Clocks" music video

Coldplay - Don't Panic

O afloramento das interrogações


Estamos a terminar mais um ano lectivo e as interogações começam aparecer como nunca. Revemos os tempos passados neste encontros e desencontros de emoções e sentimentos partilhados...A vida mostra-nos o quanto nós somos importantes para Ela. Ainda ontem, parece-nos a nós, inconcientes, é claro, da objectividade cronológica, estava eu a iniciar mais um ano lectivo. Mas, na verdade, um ano de trabalho está praticamente a findar. E as interrogações afirmam-se com mais vigor quando se avisinham tempos de cepticismo e dúvidas... Que será de nós para o ano? Estaremos ainda aqui? Estaremos juntos como uma família, percorrendo o único caminho, Jesus Cristo que é o Caminho, a Verdade e a Vida?

domingo, junho 10, 2007

domingo, junho 03, 2007

segunda-feira, maio 28, 2007

Xutos & Pontapés - Maria

Para reflectir


«Não conhecer o próprio valor é ignorar-se a si mesmo»
(Sócrates)


«É impossivel para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe»
(Epicteto)


«A criação prossegue incessantemente por meio do homem,
mas o homem não cria: descobre»
(Gaudi)


domingo, maio 27, 2007

Futebol comédia

Pentecostes: tempo do Espírito



Vinde, Espírito Santo
Com o dom da Sapiência,
Ensinar e distinguir
A verdade da aparência.


Vinde, Espírito Santo
Com o dom da Fortaçeza,
Fazer crescer nossa fé
Com invencível firmeza.

domingo, maio 20, 2007

Ser estudante...


Quero ficar sempre estudante

para eternizar

a ilusão de um instante

e sendo assim

o meu sonho de amor

será sempre rezado

baixinho dentro de mim...

Os cristãos no mundo


«A alma ama o corpo e os seus membros, mas o corpo odeia a alma; os cristãos amam aqueles que os odeiam.
Alma está encarcerada no corpo, mas contém os membros; os cristãos encontram-se detidos no mundo como num cárcere, mas são eles que contêm o mundo.
A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em moradas corruptíveis, esperando a incorruptibilidade dos Céus.
A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constantemente entregues à morte, multiplicam-se cada vez mais.
Tão nobre é o posto que Deus lhes assinalou, que não lhes é possível desertar».



Da Epístola a Diogneto (séc. II)

a Eucaristia, Páscoa do Senhor



«Quando Ele falava da necessidade de comer o seu Corpo e beber o seu Sangue, a multidão, desconcertada, murmurou dizendo: São duras estas palavras; quem poderá escutá-las? Querendo purificar pelo fogo do Céu tais pensamentos – que deveis evitar, com já vos disse – o Senhor acrescentou: O Espírito é que vivifica, a carne não serve para nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida».



Dos Tratados de São Gaudêncio de Bréscia, bispo (séc. IV)

quinta-feira, maio 17, 2007

Que fazer...?

«O caso vem numa destas revistas chamadas cor-de-rosa, que nunca abro sequer.
Mas, desta vez, tive de folhear e de ler.
Trata-se de três páginas com fotos acerca de um sacerdote que deixou o ministério e que vive com uma senhora de quem tem uma filha».


Bem... situação muito complicada! É sem dúvida uma situação difícil de falar e ate mesmo de comentar.
Soluções? A caridade é a melhor solução...
Fica a ideia...
Todos nós caímos, mas sempre nos levantamos com a força de Deus, força essa que é sacramental, o Sacramento da Penitencia/Reconciliação.
O AMOR e a MISERICORDIA que Deus nutre por nós é tal que, estupefactos e ao mesmo apavorados, imbuídos pelo temor, nós dá esta segunda, e ate mesmo 3ª 4ª 5ª..., tábua de salvação.
Como é belo o amor, a "CARITAS" de Deus Uno-Trino.
Apoiemos este nosso irmão em Cristo pela força e vitalidade da Caridade, força última e permanente da existência ôntica do homem...


Um grande Abraço em Cristo, Nosso Senhor e Redentor.
Que a Paz esteja sempre convosco

terça-feira, maio 15, 2007

Desafiaram-me!

O Júlio desafiou-me!O desafio consiste em completar as frases. Cá vai disto:
Eu quero: amar sempre.
Eu tenho:que ir estudarEu acho: que a vida é repleta de emoção!
Eu odeio: acordar cedo.
Eu sinto: a vida.
Eu escuto: as pessoas.
Eu cheiro: ao mais belo dos profumes naturais - EU.
Eu imploro: pela Misericordia.
Eu procuro: Deus.
Eu arrependo-me: quando me chateio com os amigos.
Eu amo: a minha família e os meus amigos.
Eu sinto dor: quando não amado.
Eu sinto a falta: dela.
Eu importo-me: com a felicidade dos meus entes queridos.
Eu sempre: acreditei nas pessoas.
Eu não fico: aqui para semente.
Eu acredito: Em Jesus Cristo, único Senhor e Redentor.
Eu danço: pouco.
Eu canto: sempre.
Eu falho: na fidelidade.
Eu luto: pela vida.
Eu escrevo: sobre o essencial da vida.
Eu ganho:laços neste mundo.
Eu perco: quando não sou fiel.
Eu confundo-me: quando se trata de dizer os nomes das pessoas.
Eu estou: Feliz.
Eu fico feliz: quando sou amado.
Eu tenho esperança: em Ti.
Eu preciso: de ti, junto de mim.
Eu deveria: ser mais eu para poder ser mais o outro.
Eu sou: um anão em ombros de gigantes.
Eu não gosto: falsos amigos e da mentira.

E agora acho que tenho de passar o desafio a 6 pessoas!As vitimas são:
Michael
Bento
Santo Herege
Pe João António
Pe José Maria
Pe Vitor Magalhães

segunda-feira, maio 07, 2007

domingo, abril 29, 2007

Uma questão de honestidade intelectual

Uma razão minimamente sadia apercebe-se com naturalidade que tudo o que atenta contra a vida e a dignidade humana é por si mesmo um acto abominável. Além de ir contra a Lei natural, vai contra a própria Constituição Portuguesa!
É preciso, pois, compreender que o feto, desde a sua concepção, é uma pessoa humana. Não estamos perante um ser humano potencial como muitos pensam, mas perante uma pessoa cheia de potencialidades que deverão desenvolver-se com toda a naturalidade. Com efeito, o feto não é nunca uma pessoa potencial, mas é, actual e totalmente, uma pessoa humana com potencialidades ainda não actualizadas.
Através do rosto, fala o homem, fala em particular qualquer homem que sofre uma injustiça, fala e pronuncia as palavras: “Não me mates!”. O rosto e o mandamento – “Não matarás” – conjugam-se, em Levinas, de modo genial, tornando-se simultaneamente um testemunho da nossa época, e apesar disso os parlamentos, democraticamente eleitos, decretam mortes com tanta facilidade, negligenciando os contributos antropológicos, filosóficos e teológicos, que os precederam, devendo ser na sua substancialidade instrumentos do bem comum e da vida humana, como elemento constitutivo indispensável de um Estado democrático.
A vida é indivisível, não se fracciona; ela é invariável em intensidade, desde o primeiro momento até ao fim; é um todo orgânico, inseparável, um «monobloco»; é cabeça, tronco, membros, mãos, etc.
A Igreja será sempre perseverante e incansável promotora da consciência. Não se trata aqui de lutar contra quem quer que seja, bem como de fazer uma apologia. Mas antes, de uma manifestação contra um caminho que em nada dignifica e eleva o homem. Este indício, como muitos infelizmente pensam, não é e nunca será um sinal de modernidade e/ou progresso! Mas sê-lo-á sempre se promover a vida.
A legalização do aborto nunca será positiva, pois não ajuda ao desaparecimento do mesmo, mas antes a que o seu número aumente gradual e significativamente. A opinião pública generalizada considera bom aquilo que se despenaliza e cada vez se banaliza mais, nas consciências, a decisão de abortar. Na verdade, não é porque de um avião, a grande altitude e nas melhores condições atmosféricas, não se distinguem, a olho nu, nem pessoas, nem cidades, que se pode concluir que ninguém vive lá em baixo. Não é, portanto, porque se ignora uma realidade que se pode negar a sua existência.
Os partidários do aborto clamam vivamente que o acto de abortar pertence, única e exclusivamente, à mulher. Será mesmo? Será ela capaz de fazer o que bem entender do seu corpo? Não tem ela, em si, outro ser, uma outra pessoa? Até que ponto ela pode afirmar que é só do seu corpo que se trata? Que diria, pois, a mulher se um gigante de 4 metros e com, 300kg a atacasse? Entre duas forças desiguais que se batem, é a mais fraca que sucumbe; pior ainda, entre a mãe e o feto em que as proporções são desmesuradamente maiores. Quantas mulheres, depois de se terem submetido ao aborto, caem em depressão pelo remorso que as persegue! Mesmo a estes «Senhor, não lhes atribuas este pecado» (Act 7, 60).
Não faltará muito para que o tema da Eutanásia venha a ser debatido na praça pública. Será o momento derradeiro para anunciarmos novamente o valor inalienável da vida humana. Que este referendo nos mostre os erros cometidos para que num futuro próximo possamos encontrar novos métodos e meios de propagação da verdade indubitável a que todo homem pensante é chamado a defender e a promover.

sábado, abril 21, 2007

Fado do encontro

segunda-feira, abril 09, 2007

quarta-feira, março 28, 2007

quinta-feira, março 15, 2007

Quaresma


«A alma do homem deve ser pura como um espelho resplandecente. Quando um espelho está baço, nao pode o homem contemplar nele o seu rosto; do mesmo modo, quando há pecado no homem, não lhe é possível ver a Deus»
Do Livro de São Teófilo de Antioquia, bispo «A Autólico» (séc. II)

Aborto e sua legalização: Uma solução ou uma resposta?

No passado dia 11 de Fevereiro, o povo português foi chamado a pronunciar-se sobre a interrupção voluntária da gravidez por opção da mulher. Os resultados finais deram a vitória ao ‘sim’ (59,25%). No entanto, há que reter a elevadíssima abstenção no referendo. A abstenção foi de 56,39%, o que equivale a dizer que o referendo, por si mesmo, não adquire força de lei, isto é, não é vinculativo, mas um instrumento consultivo. Porém, determinadas questões são aqui levantadas: quem não votou, não votou porque pretende manter a lei como actualmente está em vigor? Ou não votou porque na verdade não concordava com a questão em debate?! Ou será que a vida humana nunca é referendável? Ou será que, pela sua abstenção nas urnas, procurou mostrar a sua rejeição plena à pergunta em questão?
Há algum tempo atrás, o Ministro da Saúde veio a público afirmar que o Estado iria suportar os custos de cada aborto que se vier a fazer legalmente em Portugal. Ora, isso significará ao Estado qualquer coisa como 1000 €. Atendendo à existência, segundo as estatísticas, de qualquer coisa como 20000 abortos clandestinos por ano, o Estado terá que desembolsar 20 milhões de €. Já pensaram o que se poderia fazer com todo este dinheiro caso fosse canalizado para outras benesses, nomeadamente em alguns tratamentos a doentes crónicos? Diversas são as questões que advêm daqui: haverá listas de espera? Terão que ficar algumas operações (talvez bem mais importantes) em segundo plano para que uma mulher possa abortar sem que com isso possa incorrer numa penalização, sabendo, com efeito, que, às 10 semanas e um dia, incorre numa pena que pode ir até a três anos de prisão? Como reagirá o contribuinte sabendo que contribuirá para o financiamento deste acto abortivo? Estará o cidadão, que avidamente defende a vida, a contribuir com os seus impostos com o intuito de eliminar uma vida indefesa? Como reagirá ele perante a sua consciência? Não terá legitimidade de invocar o “objector de consciência”?
Os “movimentos (cívicos) pela vida” talvez não tenham actuado com os meios e linguagens mais adequadas. Ao passo que os defensores do sim utilizaram meios nada convenientes. Utilizando uma política sensacionalista e emotiva, renegaram literalmente o conceito de pessoa. Não o utilizaram para que não viessem a ter problemas na difusão da sua mensagem. Ao concentrarem-se unicamente na mulher esquecem a existência de outro ente, que em si, é totalmente único e irrepetível. É preciso, pois, compreender que o feto, desde a sua concepção, é uma pessoa humana. Não estamos perante um ser humano potencial como muitos pensam, mas perante uma pessoa cheia de potencialidades que deverão desenvolver-se com toda a naturalidade. Com efeito, o feto não é nunca uma pessoa potencial, mas é, actual e totalmente, uma pessoa humana com potencialidades ainda não actualizadas.
A vida é indivisível, não se fracciona; ela é invariável em intensidade, desde o primeiro momento até ao fim; é um todo orgânico, inseparável, um «monobloco»; é cabeça, tronco, membros, mãos, etc.
O défice demográfico é outros dos problemas que a médio/longo prazo terá nevrálgicas repercussões. Este dado terá, num futuro próximo, graves e irremediáveis consequências. Com efeito, quando não há mão-de-obra não há produção de riqueza; se não há produtividade como conseguira subsistir a “máquina” fiscal do Estado? Vejamos alguns dos casos mais paradigmáticos na Europa. Países como a Alemanha, França, Suiça, Inglaterra, e outros, estão a restringir cada vez mais as práticas abortivas, aplicando, fundamentalmente, politicas natalícias. Há que perspectivar os horizontes a médio/longo prazo! Se é realmente verdade que Portugal se encontra com 20 anos de atraso relativamente aos restantes países da Europa (Centro e Norte da mesma) e se vemos esses países a retrocederem no que se refere à prática do aborto, aplicando leis que beneficiem a maternidade e o aumento demográfico, porque razão temos nós que imitar algo que eles já abominam? Não serão eles exemplo para nós nesta matéria? Porquê cair nos mesmo erros que eles, se podemos, neste ponto, caminhar em uníssono com eles? Não é porventura a família o micro-Estado ou, teologicamente falando, a Igreja-doméstica?
A legalização do aborto nunca será positiva, pois não ajuda ao desaparecimento do mesmo, mas antes a que o seu número aumente gradual e significativamente. A opinião pública generalizada considera bom aquilo que se despenaliza e cada vez se banaliza mais, nas consciências, a decisão de abortar. Na verdade, não é porque de um avião, a grande altitude e nas melhores condições atmosféricas, não se distinguem, a olho nu, nem pessoas, nem cidades, que se pode concluir que ninguém vive lá em baixo. Não é, portanto, porque se ignora uma realidade que se pode negar a sua existência.
Os partidários do aborto clamam vivamente que o acto de abortar pertence, única e exclusivamente, à mulher. Será mesmo? Será ela capaz de fazer o que bem entender do seu corpo? Não tem ela, em si, outro ser, uma outra pessoa? Até que ponto ela pode afirmar que é só do seu corpo que se trata? Que diria, pois, a mulher se um gigante de 4 metros e com, 300kg a atacasse? Entre duas forças desiguais que se batem, é a mais fraca que sucumbe; pior ainda, entre a mãe e o feto em que as proporções são desmesuradamente maiores. Quantas mulheres, depois de se terem submetido ao aborto, caem em depressão pelo remorso que as persegue! Mesmo a estas «Senhor, não lhes atribuas este pecado» (Act 7, 60).

terça-feira, março 06, 2007

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Viver a Quaresma

A quaresma entende-se como uma luta contra o próprio egoísmo e como prontidão para a fraternidade. Só assim será possível falar de uma verdadeira conversão e de uma autêntica ascese. Só assim será possível percorrer o caminho que leva à Páscoa.
Neste sentido, a quaresma vem a ser um tempo que permite à Igreja - a toda a comunidade eclesial - tomar consciência da sua condição pecadora e submeter-se a um exigente processo de conversão e de renovação. E só assim a quaresma poderá, hoje, ter sentido.

sábado, fevereiro 03, 2007

A dignidade da mulher e a ordem do amor

Caso não se recorra a essa ordem e a esse primado, será bastante difícil dar uma resposta completa e adequada à interrogação sobre a dignidade da mulher e sobre a sua vocação. Quando afirmamos que a mulher é aquela que recebe amor para, por sua vez, amar, não entendemos só, ou antes de tudo, a relação esponsal específica do matrimónio. Entendermos algo mais universal, fundado no próprio facto de ser mulher no conjunto das relações interpessoais, que na sua diversidade estruturam a convivência e a colaboração entre as pessoas, homens e mulheres. Neste contexto, amplo e diversificado, “a mulher representa um valor particular como pessoa humana e, ao mesmo tempo, como pessoa concreta, pelo facto da sua feminilidade"[1]. Isto terá a sua repercussão em todas as mulheres, referindo-se a todas as mulheres e a cada uma delas, independentemente do seu contexto cultural em que cada uma se encontra e das suas características espirituais, psíquicas e corporais, como, por exemplo, a idade, a instrução, a saúde, o trabalho, o facto de ser casada ou solteira.
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[1] PAULO II, João – Mulieris Dignitatem, Libreria Editrice Vaticana, Vaticano, 1988, nº 29.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

segunda-feira, janeiro 29, 2007

A lição da prostituta

«Nunca as mulheres tiveram tantos recursos para evitar a gravidez. Em matéria de pílulas, dispõem da clássica pílula diária, da pílula do dia seguinte, que se toma como quem chama o 115, e, agora, um cartucho delas para rilhar em dois dias e cujo efeito é o de um autoclismo com descarga no útero.
O dispositivo intra-uterino (DIU) não permite que o óvulo fecundado se fixe nas paredes do útero. O velho e aperfeiçoado preservativo, à disposição em todas as esquinas, anda na carteira com a mesma naturalidade do baton e do espelhinho. O diafragma, colocado no colo do útero, é uma boa partida ao espermatozóide. De tanto marrar, à procura do caminho que a natureza lhe ensinou, acaba por desistri e morrer. Há ainda os cremes vaginais que, além espermicidas, não permitem que o espermatozóide dê à cauda para se deslocar. O aberrante coito interrompido é desagradável, mas resulta…
Com esta e diversa artilharia apontada à gravidez, um feto que consiga escapar é um verdadeiro herói. E como herói deve ser tratado. Não é justo que alguém o expulse do útero a que já se tinha aconchegado para viver. Chega a ser cruel sair dele aos bocadinhos na ponta de uma cureta e amontoado numa cuvete como carne picada.
É de aceitar que uma rapariga, ou mulher, violada possa recorrer ao aborto. É preferível a repulsa de uns minutos à repulsa de uma vida inteira.
Também se aceita o aborto, quando uma série de ecografias afirmam grandes deformidades do feto. Deixá-lo nascer, será condenar uma criança, um adulto e um velho a uma vida de limitações físicas, perturbadoras do carácter e do comportamento psicológico.


Sempre que regresso a este assunto, me lembro da Fifas, uma prostituta muito popular no meu tempo de Coimbra. Oferecia-se no nº 13 do Terreiro de Erva. A certa altura, apareceu grávida. Pelos inconvenientes que uma gravidez trazia à sua profissão, julgou-se que a Fifas iria abortar. De cara um pouco torcida, levou a gravidez até ao fim.
Na maternidade foi partejada pelo Prof. Ibárico Nogueira, assistido pelos quintanistas de seu turno. Eu era um desses quintanistas.
Mas quando foi preciso dar umas palmadas no recém-nascido para o reanimar, a Fifas mudou de expressão e de voz para nos pedir com maior ternura:
- Não batam no meu menino…»
[1].


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[1] Camilo de Araújo Correia (Médico), In, Diário do Minho.

sábado, janeiro 27, 2007

A sociedade censura a morte

Para os homens ‘modernos’, a morte deverá ser a grande ausente e não encontrará espaço no horizonte do pensamento humano: é proibido (ou, na melhor das hipóteses, permitido somente ao homem arcaico) tomar consciência da morte em termos pessoais; somente através da morte-espectáculo, diariamente apresentada pelos media, é que será possível uma eventual tomada de consciência da realidade da morte, embora ela permanece como morte dos “outros”, estranhos, distantes de nós tanto geográfica quanto afectivamente[1].

A vivência da morte na cultura de hoje:
As sociedades do ocidente europeu passaram por um processo de uniformização das suas formas de considerar a morte. A morte, rodeada dum ambiente de mistério, com referência religiosa imediata, sofreu um diluimento social significativo. A atenção social para com a morte desviou-se do registo do «tremendum» e deslocou-se para um espaço de «invisibilidade social»[2].
Resta nos ambientes rurais, a qual persiste em usar a morte para exprimir a radicalidade de certos sentimentos. A solidariedade ocasionada noutros tempos por ocasião da morte, tem hoje a brevidade de um cumprimento formal; a memória do defunto avivada por calendário ritual, recolheu-se ao íntimo dos familiares e amigos.


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[1] Em relação a este assunto o Papa João Paulo II na Evangelium Vitae, nº 64, diz-nos: «Num tal contexto, torna-se cada vez mais forte a tentação da eutanásia, isto é, de apoderar-se da morte, provocando-a antes do tempo e, deste modo, pondo fim «docemente» à vida própria ou alheia. Na realidade, aquilo que poderia parecer lógico e humano, quando visto em profundidade, apresenta-se absurdo e desumano. Estamos aqui perante um dos sintomas mais alarmantes da «cultura de morte» que avança sobretudo nas sociedades do bem-estar, caracterizadas por uma mentalidade eficientista que faz aparecer demasiadamente gravoso e insuportável o número crescente das pessoas idosas e debilitadas. Com muita frequência, estas acabam por ser isoladas da família e da sociedade, organizada quase exclusivamente sobre a base de critérios de eficiência produtiva, segundo os quais uma vida irremediavelmente incapaz não tem mais qualquer valor».
[2] CUNHA, Jorge Teixeira da – Bioética Breve, Ed. Paulus, Apelação, 2002, p. 102.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Será ou não a eutanásia uma forma de homicídio consentido?

A eutanásia é sempre matar outra pessoa, com ou sem consentimento, por motivos de compaixão ou para lhes evitar dores ou situações dramáticas. No Código Penal Português a eutanásia activa (uma vez que a eutanásia por omissão não é geralmente punida) constitui o crime de homicídio privilegiado punível com a pena de 1 a 5 anos de prisão[1].
Sendo assim, não é legítima a decisão de uma pessoa dispor da sua própria vida? Nós respondemos não. Na conservação da vida humana existem por vezes interesses individuais e sociais. Nenhum ser humano é uma realidade isolada, fonte autónoma e exclusiva de direitos e obrigações. Todos somos solidários pela mútua interacção entre pais e filhos, entre cada um e o resto da sociedade. Por isso, ninguém tem o direito de eliminar uma vida, mesmo a própria. Assim o entendeu a tradição jurídica ocidental, que negou toda a validez ao consentimento prestado para causar a morte, considerando o direito à vida como indisponível, ou seja, como um «direito-dever»[2].

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[1] Código Penal, art. 133.º.
[2] Como escreve M. Maia Gonçalves, «a vida humana é um bem indisponível mesmo para o ofendido; é justamente o bem jurídico de maior valoração» (Código Penal Português, 5º Edição, p. 343)

Para reflectir profundamente

IST(-BD): fim ou re-começo?


Uma leitura mais atenta dos acontecimentos, obras e palavras, que recentemente se vem intensificando sobre o fim do Instituto Superior de Teologia (IST), leva-nos a enunciar pré-conceitos e pseudo-verdades sobre o seu fim real. Haverá ainda janelas abertas que possam deixar entrar uma nova lufada de ar puro, um novo renascimento que possibilite o seu revivescer?
Recentemente tem-se questionado se os seminários, estando ou não alienados da formação intelectual (o mesmo é dizer: do ensino universitário) dos seus seminaristas, têm posto em causa a quebra de um dos quatro pilares da formação integral do crescimento humano. Em causa está a dimensão espiritual.

Por outro lado, no que concerne à comunhão questiona-se sobre a existência ou não desta na nossa pequena comunidade que por si é tão diversificada culturalmente. Neste sentido, é impossível falarmos de comunhão no verdadeiro e pleno sentido. Há, de facto, comunhão e comunidade de modo parcial. Aliás, há o partilhar de certos e determinados actos ditos comunitários.
Será que a criação de um seminário inter-diocesano poderá responder plenamente às exigências pastorais, intelectuais, espirituais e humanas, que as dioceses a ele inserido tanto esperam? Parece-me que estamos a caminhar de olhos vendados. Não há uma luz, não há uma referência! A nossa única referencia é Jesus Cristo. É a partir d’Ele que tudo deve ser realizado e para onde tudo se encaminhará. Já Paulo no diz na sua Epístola a Timóteo
[1].
Será preferível caminhar num “caminho de cabras” ou numa auto-estrada? Embora cada um deles conduzam a um objectivo comum, devemos sempre optar pelo segundo. Não só pela rapidez a que se chega ao objectivo, como possibilita ao caminhante novas visões, novos horizontes, novas perspectivas. Resta saber se um seminário inter-diocesano conseguirá responder às exigências formativas agora exigidas. Aliás, não unicamente para este tempo, mas com perspectivas futuras. Pois, uma formação que se dirige unicamente para este presente será posteriormente um passado. Portanto, toda a formação deve verter para o futuro, de modo a que este futuro se torne posteriormente presente.
Penso seriamente que este será o primeiro grande passo, o pano de fundo, para uma reforma que todos nós ansiamos. A vida celular do seminarista deve ser sempre Cristo. Por outras palavras: a célula vital e vivificante daqueles que o Senhor chamou é sempre o Amor do Chamante. É sempre Ele o início e o fim que todo o chamado por Ele, ou seja, o vocacionado anseia ardentemente.

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[1] «1É digna de fé esta palavra: se alguém aspira ao episcopado, deseja um excelente ofício. 2Mas é necessário que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, ponderado, de bons costumes, hospitaleiro, capaz de ensinar; 3que não seja dado ao vinho, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado; 4que governe bem a própria casa, mantendo os filhos submissos, com toda a dignidade. 5Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará ele da igreja de Deus? 6Que não seja neófito, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação do diabo. 7Mas é necessário também que ele goze de boa reputação entre os de fora, para não cair no descrédito e nas ciladas do diabo».

domingo, janeiro 21, 2007

EUTANÁSIA:
Pertinência ou des-pertinência?
Embora não seja hodiernamente um tema que esteja muito em voga, creio que, dentro em breve, será uma temática de grande discussão na sociedade portuguesa. A questão do “aborto” está a ser como que a porta para a revitalização desta problemática. Uma pseudo-vitória do “sim” no referendo em questão terá nefrálgicas consequências. Será como que o início de um choque em “cadeia” ou choque “dominó”. O ludibriar das débeis consciências do povo português terá repercussões altamente prejudiciais para as gerações vindouras. É que com isto diversas realidades serão marginalizados da sua verdadeira essência (como por exemplo: a família; o ser pai; o ser mãe; enfim… um inumerável de outras realidades afins). Os países nórdicos (como a Alemanha, ou a Inglaterra, ou a Suiça, ou a Suécia, etc.), sofredores deste maligno, procuram meios que possibilitem, de algum modo, contrariar os efeitos negativos das práticas transactas.
A eutanásia, denominada como morte suave, não é uma realidade nova ao pensamento humana. Já há muito que a eugenia se vem proliferando numa cultura que se diz evolucionista, mas que, no entanto, não é mais do que uma simples «cultura da morte», tal como nos afirma o falecido Papa João Paulo II. A proliferação da extrema-direita deve-se em grande parte à grande adesão, embora muitas vezes inconsciente por parte dos seus receptores, de praticismo (isto é, ao por em prática) da eugenia.
Por outro lado, a difusão de uma pseudo-aceitação da prática da eutanásia assume contornos predominantemente casuísticos. E neste aspecto os mass media tem contribuído e de que maneira para esta alienação da consciente dos seus receptores. Denota-se claramente uma disjunção da consciencialização do imperativo da vida humana.
Com efeito, a vida, mais que um dever, é um direito de todo e qualquer ser ôntico, seja ele rico ou pobre, de “cor” ou não, novo ou velho. Antes de qualquer direito, seja ele canónico ou até civil, está o direito natural. O direito natural é o sustentáculo de ambos e de qualquer que seja o direito. Pois, um direito que negligencie o seu substrato perde a finalidade para que é criado. O direito é feito para servir dignamente o homem. Portanto, não é o homem que está ao serviço da lei, mas o contrário.Nesse sentido, é um dever de todo e qualquer cristão chamar à consciência do outro para o imperativo da vida humana e da sua dignidade. Uma vida acariciada desde o princípio gerativo e criador de Deus Uno-Trino. Não de um Algo, mas um Alguém.

sábado, janeiro 13, 2007

Brevemente neste Blog uma reflexao séria e profunda dum tema que dentro em breve surgirá na nossa sociedade: EUTANÁSIA.
Ficai vigilantes...