Dentro deste ambiente da Semana de oração pelos Seminários torna-se oportuno explicar brevemente o ser da vocação sacerdotal.
Todo o homem está vocacionado. É por meio de um acto de amor que Deus vem ao encontro do homem, chamando-o e congregando-o numa comunidade. Tenhamos bem presente que é Ele que nos escolhe e nos chama. Toda a vocação vem de Deus, é puro dom divino. A vocação sacerdotal é um dom; um dom tão grande que nos impele para o testemunho (evangelização) e para o serviço. O sacerdócio é puro dom de Deus à Igreja e à humanidade. É sempre uma intervenção livre e gratuita de Deus que nos chama: «Não fostes vós que me escolhes-tes; fui Eu que vos escolhi» (Jo 15, 16)
A vocação de cada sacerdote subsiste na Igreja e para a Igreja. Daqui conclui-se que cada presbítero recebe a vocação do Senhor, através da Igreja, como dom gratuito. Daqui resulta um duplo dinamismo indissociável da vocação: o dom gratuito de Deus e a liberdade responsável do homem tornam-se emergentes deste inefável diálogo de amor entre Deus e o homem. A vocação é um dom da graça divina e jamais pode ser um direito do homem, da mesma forma que não se pode considerar a vida sacerdotal como uma promoção simplesmente humana, nem a missão do ministro como simples projecto pessoal.
A liberdade, com efeito, é essencial à vocação, uma liberdade que na resposta positiva se qualifica como adesão pessoal profunda, como doação de amor, ou melhor, de re-entrega ao Doador que é Deus que chama, isto é, como oblação total do eu. «O chamamento – como dizia o Papa Paulo VI – avalia-se pela resposta. Não pode haver vocações que não sejam livres; se elas não forem realmente oferta espontânea de si mesmo, generosas, conscientes, totais», não serão verdadeiras vocações sacerdotais. A oblação livre constitui o núcleo mais íntimo e mais precioso da resposta do homem a este Deus-Amor que chama com amor, ao amor e para o amor.
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