terça-feira, maio 20, 2008

Reflexão dominical: Santíssima Trindade


Um dia, Moisés pede a Deus que lhe mostre o seu rosto, e Ele respondeu: «Tu não podes ver a minha face, pois o homem não pode contemplar-me e continuar a viver» (Ex 33, 18-20). O desejo de Moisés é a expressão do sonho de cada pessoa. Para responder a este desejo, Deus revela-se como o Senhor clemente e cheio de compaixão, paciente, misericordioso e fiel. Deus olha para as pessoas com ternura, compreende os seus erros e ama-as, sempre e incondicionalmente, mesmo quando pecam.
A sua principal característica é a misericórdia. Este termo hebraico designa as entranhas e indica o sentimento mais íntimo e profundo que se pode imaginar, o sentimento que experimenta uma mãe para com o filho que traz no ventre: «Acaso pode uma mãe esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu – o Senhor – o esqueceria» (Is 49, 15).
Por isso, quando ouvimos na Bíblia a palavra «castigo», ela significa um acto medicinal por parte de Deus. É, acima de tudo, um acto de amor e de misericórdia. Por curiosidade, a palavra «pecado» vem do latim pecco, que indica uma pessoa que caminha mal, que tropeça ou que se engana no caminho. Nenhuma pessoa psiquicamente sadia vai à procura de males. Todos nós aspiramos à felicidade e à alegria. No entanto, há pessoas que erram o objectivo e, como consequência, provocam desgraças, causam tragédias, magoam-se a si mesmas e às outras, e as consequências dos seus erros repercutem-se, por vezes, até mesmo nas gerações futuras.
Deus não pune quem erra, não acrescenta mais males aos que o homem já fez, Ele intervém apenas para salvar, para dar um remédio às desgraças provocadas pelo pecado.

Nesse sentido, entende-se o primeiro versículo do Evangelho. O evangelista descobre que na origem de tudo está o amor gracioso e gratuito de Deus. Um Deus que ama infinitamente o homem, que quer fazer com ele uma aliança, que quer fazer dele quase um ser divino, que quer oferecer a vida, a vida em plenitude, uma vida que nunca tem fim, uma vida que é a vida eterna.
Este nosso Deus não é um Deus justiceiro, frio, insensível, distante. Ele fez-se um de nós para nos redimir de todo o pecado. Ardentemente Ele anseia vir ao nosso encontro. E nós, será que O deixamos trabalhar no nosso coração? A partir do nosso baptismo, nós fomos configurados em Cristo. Por acção do Espírito Santo, participamos por gratuidade na filiação de Cristo, e somos, desde o baptismo, filhos de Deus. Assim, a nossa relação com Ele só poderá ser uma relação filial, de pai para filho ou de mãe para filho.

Nós somos irmãos. Nós, que pela graça do baptismo entramos na família de Deus, somos chamados, aqui e agora, a sermos sinais visíveis deste amor que brota de Deus.
Senhor, mostra-nos o teu rosto de modo a que possamos ser reais e visíveis testemunhas deste amor numa historia e numa humanidade tão marcada pela discórdia, pela dor e pelo sofrimento,

2 comentários:

osátiro disse...

Rezemos por Habiba jovem argelina que se converteu ao Cristianismo e enfrenta a prisão por abandonar o Islão.

http://www.oecumene.radiovaticana.org/BRA/Articolo.asp?c=208084

Maria João disse...

Como diz a música...chegamos ao Céu a amar, a amar, a amar...



beijos em Cristo e Maria